
Hoje, meu assessor de inutilidades, o Mundiça, me lembrou dos 20 anos desse single – completados em 20 de março, mais especificamente. Antes de comentar sobre “Vogue” é impossível não lembrar que, em 1990, Madonna ainda era uma artista transgressora – sinceramente ou não. Apresentou a turnê “Blond Ambition” (a melhor de todas, não teimem comigo), gravou o disco “I’m Breathless – Music From And Inspired By The Film Dick Tracy” (se pecava no caráter comercial, era bem-vindo do ponto de vista da ousadia), dava entrevistas com ares de diva hollywoodiana e ainda investia pesado na produção de videoclipes. Uma prova? “Vogue”, é claro.
O produtor e compositor Tony Shimkin já disse que Madonna compôs o célebre rap da canção (“Greta Garbo and Monroe/Dietrich and DiMaggio/Marlon Brando, Jimmy Dean/On the cover of a magazine”) durante um voo de Los Angeles para Nova York.
Dizem que a faixa, originalmente, seria lançada como lado B do single de “Keep It Together”, o último para promover o álbum “Like A Prayer” (1989). Ou seja, seria para encher linguiça, mas alguém viu que a música realmente poderia ser um hit. Então, foi gravada como single e incluída em “I’m Breathless” – ofuscando, claro, todas as outras composições jazzísticas feitas para o filme “Dick Tracy”, no qual Madonna vive o papel de uma cantora de cabaré.
“Vogue” é inspirada numa dança criada por gays da cena underground nova-iorquina que imitavam poses de astros e estrelas de Hollywood e de modelos da revista de moda de mesmo nome. Shep Pettibone buscou boa parte para a base da música num remix feito por ele para “Miss You Much” (1989), de Janet Jackson. Cantada de modo arrogante, a canção é um chamado para dançar que funciona até hoje. Sempre é um dos melhores números dos espetáculos onde é incluída: temperada com dança hindu no “Girlie Show” (1993), passando pela corte francesa decadente da “Re-Invention Tour” (2004) até o mash-up com “4 Minutes” e “Give It To Me” da “Sticky & Sweet Tour” (2008/09) – sem esquecer da encarnação de Maria Antonieta no MTV Video Music Awards, em setembro de 1990 (é a foto que ilustra o post, tirada por Herb Ritts).
O pop/dance/house/eletrônico de “Vogue”, para mim, é a segunda melhor música já gravada por Madonna (a primeira é “Express Yourself”, de 1989). Veja o clipe dirigido por David Fincher e ouça a faixa em seu formato original, já que ela dispensa remixes.
Quando lembrei que Vogue fazia 20 anos pensei logo: - "Nossa, estou ficando velho de verdade!"...
ResponderExcluirEnfim, nunca madonna acertou tanto numa canção, mesmo que essa seja uma cópia melhorada (bem melhorada) da acima citada "Miss you much", Janet deve se rasgar de ódio até hoje ao ouvir a base de uma canção que passou desapercebida em seu repertório e estourada na voz (de pouco alcance) de Madonna...
Falar de Madonna e falar que Vogue é um clássico é chover no molhado...E é muito bom fazer parte de um tempo em que artistas e musicas assim surgem e se tornam INDISPENSÁVEIS aos nossos ouvidos...
PS: Quando era mais novo eu sempre achava que se passariam 20 ou 30 anos e que eu me tornaria uma "ruína" dos anos 90, do tipo que só falaria que Madonna era a melhor artista do mundo...E realmente eu estava meio com razão...Madonna é a melhor artista do mundo...E a eu não sou uma ruína...ainda (kkk)