terça-feira, 10 de agosto de 2010

“Chico Xavier” (2010)

“Chico Xavier”, de Daniel Filho, é um bom filme sobre a vida do médium mineiro. Mas termina sendo mesmo é um estímulo para ler a biografia “As Muitas Vidas de Chico Xavier”, de Marcel Souto Maior (base para o roteiro), e conferir as duas entrevistas que Chico concedeu ao programa “Pinga-Fogo”, da TV Tupi, em 1971 (reconstituídas no filme para lembrar momentos da vida do personagem), seja no DVD duplo da Versátil Home Video ou no livro organizado por Saulo Gomes (editora InterVidas).

Muito se falou sobre a caracterização de Nelson Xavier como o médium na vida adulta, mas o mérito do ator começa e acaba aí mesmo. Ângelo Antônio, que vive o Chico Xavier jovem, recheia melhor sua atuação com a doçura dos gestos e fala do médium, morto em 2002 aos 92 anos.

E o maior pecado aqui são os ares de “Caso Verdade” que o longa adquire com a inclusão do drama de um casal (vivido por Tony Ramos e pela sempre horrenda Christiane Torloni) que perdeu o filho tragicamente. Entra em cena a questão do uso de uma mensagem psicografada como prova para uma decisão judicial. Uma trama paralela dispensável.

domingo, 25 de julho de 2010

“Aphrodite” (2010)

Kylie Minogue costuma alternar sua discografia com álbuns voltados para aquele pop fácil que a tornou conhecida a partir de 1988 com outros de repertório para tocar em qualquer lugar, menos em rádio. Desta última safra, o último foi “X” (2007). E o novo CD, “Aphrodite” é o pop da vez.

Quem estava com saudades da Kylie de “I Should Be So Lucky” e “Got To Be Certain” gostará de ouvir boa parte de “Aphrodite” sem parar – e quem detesta a primeira fase da cantora vai passar longe. A produção executiva é assinada por Stuart Price, o homem por trás de “Confessions On a Dance Floor” (2005), de Madonna. Só não vale pensar que ele se superou.

A palavra de ordem aqui – assim como em boa parte da discografia da australiana – é dançar ao som de músicas com refrões fáceis. É aquilo, enquanto tem cantora querendo tornar o pop algo sério (pra quê?), Kylie se diverte e diverte os fãs com muita euro dance e nada de baladas.

“Everything Is Beautiful”, “All The Lovers”, “Cupid Boy”, “Go Hard Or Go Home” (esta uma faixa bônus) e “Get Outta My Way” são as melhores razões para curtir o CD – e talvez as únicas para deixá-lo tocar daqui a uns anos. “Put Your Hands Up (If You Feel Love)” também não faz feio, pelo menos não tanto quanto a ruinzinha faixa-título.

Não é o melhor disco – nem a capa! – de Kylie. Mas o que passa batido no CD pode ser superado no palco. Portanto, caia na estrada, Aphrodite!

terça-feira, 6 de julho de 2010

“Bionic” (2010)

Acho que Christina Aguilera gravou “Bionic” para mostrar a todos de onde vem a voz de Lady Gaga (risos).

Quando ainda infernizava os ouvidos com “Genie in a Bottle” e “What a Girl Wants”, Christina Aguilera foi chamada pela revista “Vanity Fair” de a única estrela pop teen que sabia cantar – e com razão. Realmente, Aguilera canta mesmo. Mas até aqui, seu repertório nunca me comoveu – e os ares de piranha em “Dirrty” e de diva de cabaré em “Ain’t No Other Man” sempre me pareceram forçados, coisa de quem quer logo parecer “artista madura” – e as músicas soavam apenas como desculpas frouxas para abrir o berreiro.


Comprei o CD “Bionic” estimulado pelo videoclipe de “Not Myself Tonight”. Enquanto uns pensavam, “Oh! Ela está citando Madonna e imitando Gaga”, eu pensei, “Finalmente parece que ela vai enveredar por um pop eletrônico mais inspirado para as pistas”. Música para dançar rima com vozeirão. E se não estou enganado tem faltado vozeirões de verdade nas rádios, pistas, clipes...


Ouça “Not Myself Tonight”, a tecno-oitentista “Elastic Love”, a cafona de doer (porém eficiente) “Desnudate”, pule as babaladas, exceto “Lift Me Up”, “All I Need” e “You Lost Me”, e se jogue nas duas que encerram o CD, “My Girls” e “Vanity”.


“Bionic”
não é nenhuma obra-prima, porém, traz o melhor repertório que Aguilera já interpretou até aqui. E se ela está apenas aproveitando o momento pop que domina a música atualmente, pelo menos é com um pop que soa melhor do que o de ke$has, biebers e irritantes afins.

sexta-feira, 25 de junho de 2010

A música que fazia o mundo parar *

Faço parte da geração que parava com o mundo inteiro para ver Michael Jackson na tela da televisão. A primeira vez foi quando ele apresentou “Billie Jean” na comemoração de 25 anos da gravadora Motown, em 1983. Usando chapéu, calça, casaco e sapatos pretos, luva e meias brancas brilhantes – apenas um de seus inúmeros visuais inconfundíveis –, o cantor tornou famoso naquela ocasião o chamado “moonwalk”, aquele passo de dança que o fazia deslizar para trás, e que ninguém fazia como ele. Foi a imagem daquela semana e marcou apenas o início da grande histeria que o acompanharia por vários anos seguintes.

O mundo também parava para ver as estreias dos videoclipes de Michael Jackson. Até então essas peças publicitárias musicais tinham a duração exata da canção escolhida para ser promovida. Mas ele transformou-as em curtas-metragens superproduzidos.

O primeiro deles foi “Thriller” (1983), com o pesadelo macabro da personagem vivida pela modelo Ola Ray e a inesquecível dança com zumbis recém-saídos de suas covas. Jackson convocou para a direção o cineasta John Landis para repetir no clipe os efeitos especiais usados no longa de 1981 “Um Lobisomem Americano em Londres”. Até hoje é citado em listas de melhores videoclipes de todos os tempos em primeiro lugar.

Os vídeos para as canções “Billie Jean”, “Beat It” e “Thriller” exibiram, além da boa música de Michael Jackson, seu carisma, sua dança e seu estilo, e iriam coroá-lo logo, logo como “Rei do Pop”, além de tornar “Thriller” o álbum mais vendido de todos os tempos, até hoje: mais de 100 milhões de cópias.

E o mundo voltou a parar para vê-lo sob a direção de outro cineasta de renome (Martin Scorsese) em “Bad” (1987), o triunfo do bom mocismo no meio de um ambiente barra pesada. Outro videoclipe bem produzido, com ares de curta-metragem e mais uma coreografia clássica.

A partir do ano seguinte, Michael Jackson parecia que não ia mais parar de voltar as atenções do mundo para si. Percorreu o “mundo” a bordo da turnê também intitulada “Bad”. Foi o auge da histeria de fãs que gritaram, desmaiaram e o coroaram como um fenômeno semelhante apenas a Elvis Presley e The Beatles.

Os intervalos entre o lançamento de um disco e outro na carreira de Michael Jackson eram de anos. Nesse tempo, o astro continuava despertando a atenção de todos, porém, não por aspectos musicais – os mais interessantes na carreira de qualquer artista de relevância –, mas pelo que aos poucos foi considerado estranho e bizarro aos olhos do mesmo mundo que parava para admirar a sua magia artística. Eram supostos namoros (Brooke Shields), a substituição do afeto humano pelo de animais como um chimpanzé de estimação e uma aura infantil da criança que ele não pôde ser graças ao empenho do pai em lançar os Jackson 5, no fim dos anos 60. Sem falar, claro, na transformação física cujos motivos reais nunca foram explicados ao público satisfatoriamente pelo cantor.

No meio desse turbilhão de excentricidades, Michael Jackson voltava a parar o mundo com sua música e dança. E milhões de olhos se voltaram, mais uma vez, para as estreias de curtas como o polêmico “Black Or White” e “Remember The Time”, ambos apoiando hits incluídos em “Dangerous” (1991).

No ano seguinte, o início de outra turnê temperada por mais gritos e desmaios em seu rastro. Até que, em 1993, Jackson interrompeu a série de shows, que inclusive o trouxe ao Brasil. E o mundo aos poucos foi parando de esperar para ver videoclipes, ouvir música pop das melhores e se encantar com coreografias que já nasciam clássicas. Toda a produção musical que veio após essa época não igualou o sucesso de público, nem de crítica dos anos anteriores. E a força do melhor pop foi enfraquecendo.

Em meio a tributos e revivals da arte ainda não esquecida do “Rei”, públicos ansiosos por música popular coroaram novos príncipes e princesas. Nasciam justins, rihannas, britneys... todos temperados com influências musicais e cênicas de Michael Jackson. Mas nenhum deles com aquele talento inigualável para compor, produzir, arranjar, dançar e ser tão grande como foi o “Rei do Pop”.


Desde aquele fim de carreira decretado por muitos em 2005 eu também pouco acreditava que o pop de Michael Jackson voltaria a reinar ao lado do pop de Madonna, sua única rival na música dos últimos anos. Nem mesmo em meio ao cenário habitado pelos pequenos astros citados acima. Mas, não dizem por aí que enquanto há vida, há esperança? Pois é, lá no fundo eu tinha a minha de voltar a parar com o mundo inteiro para admirar a arte de Michael Jackson.

* Texto escrito por mim e publicado no caderno “Plateia” (jornal Amazonas Em Tempo – Manaus, 28 de junho de 2009). Esta versão reproduzida no blog possui algumas sutis alterações.

E concordo com o Régis Tadeu (http://colunistas.yahoo.net/posts/2610.html): a melhor maneira de relembrar um artista como Michael Jackson é colocar para tocar aquele disco dele que você mais gosta. Então, escolha um e aperte play!

Michael Jackson 29.08.1958-25.06.2009

segunda-feira, 14 de junho de 2010

“A Verdade Nua e Crua” (2009)

Na guerra dos sexos travada entre Abby Richter e Mike Chadway, na comédia “A Verdade Nua e Crua”, os dois personagens terminam empatados. Mas, no confronto de carisma e timing para a comédia, o bochechudo Gerard Butler se sai melhor do que Katherine Heigl.

Já vi Heigl no bonzinho “Vestida para Casar” (2008) e no lamentável “Ligeiramente Grávidos” (2006). E com “A Verdade Nua e Crua” continuo achando que a moça ainda é melhor na telinha, no seriado “Grey’s Anatomy”. Há toda uma forçada de barra para que ela emplaque no cinema, mais especificamente em comédias românticas, mas falta muito ainda para que ela brilhe nesse gênero como Julia Roberts e Jennifer Lopez, por exemplo.

O diretor do filme é Robert Luketic, o mesmo de “A Sogra” (2005). O humor nesses dois longas não é escrachado e a baixaria é bem dosada, assim como o conteúdo, digamos, mais sério das tramas.

Abby Richter é a produtora de um programa de TV sem audiência. Suas relações com o sexo oposto também não têm tido muito sucesso. Mike Chadway conduz um programa no qual apresenta “A Verdade Nua e Crua” sobre os relacionamentos entre homens e mulheres. E da maneira mais cafajeste possível!

O chefe de Abby contrata Mike para melhorar a audiência da atração. O resultado é bom, mas ela não gosta nem do tom do programa, nem de Mike. O apresentador descobre que Abby está interessada num vizinho e se oferece para ajudá-la na conquista – usando, claro, os seus métodos, que a produtora detesta. Fazem, então, um acordo: se os conselhos derem certo, ela terá que deixar de persegui-lo na emissora e passará a produzir seu quadro.

Abby topa o acordo. E Mike fica surpreso ao perceber o quanto seus conselhos machistas acabam sendo positivos para o namoro de Abby – que aos poucos acaba deixando de ser ela mesma.

Gerard Butler se sai muito bem com suas caras e bocas – tanto para fazer rir, quanto para nos deixar intrigados com o verdadeiro eu de Mike. E Katherine Heigl poderia parar de simplesmente abrir o sorriso como se estivesse num comercial de cosméticos e tentar ser uma presença realmente divertida em suas cenas, especialmente naquelas em que ela tem que usar mais o corpo para (tentar) fazer rir. Afinal, sua sequência de cabeça para baixo na árvore é apenas ok. E o orgasmo pra valer de Abby com a calcinha vibratória nem de longe supera o orgasmo fingido da Sally de Meg Ryan.

quarta-feira, 9 de junho de 2010

Ivânia Catarina

A primeira vez que vi e ouvi Ivânia Catarina e seu fiel violonista Carlos Gomes foi em 2000, durante a cobertura do Festival da Canção de Itacoatiara (Fecani). “Grata Visão”, escrita por ele e interpretada por ela, foi a música vencedora daquele ano. Merecidamente.

Desde então, nunca mais esqueci os versos dessa canção. Em 2004, recebi, na redação de um jornal, uma ligação de Ivânia Catarina, que estava divulgando seu primeiro CD solo. Imediatamente perguntei se ela havia gravado a composição vencedora do festival. Disse que não, e ficou espantada com minha lembrança dessa música. “Você deve ter ouvido ‘Grata Visão’ uma ou duas vezes”. E era mesmo verdade.

Ivânia acabou enviando para mim uma cópia do seu disco para que fizesse um comentário e, gentilmente, num CD à parte, um registro de “Grata Visão”. Nem preciso dizer que adorei e ouço até hoje.

Mais a respeito da mineira Ivânia Catarina está no site dela (www.ivaniacatarina.com.br).

Sobre o seu primeiro CD solo, eis aqui três motivos para ouvi-lo: “Lágrima” (Carlos Gomes), “Qui Nem Giló” (Luiz Gonzaga e Humberto Teixeira) e “Contra o Tempo” (Vander Lee, seu irmão, com quem ela divide os vocais nessa faixa). Mas no seu disco existem outros oito registros, igualmente inspirados, de uma bela voz, cheia de melodia, lirismo e compromisso com a arte.

*

“Se voar, voe
Ache o que o mundo tem de melhor
Se não achar, conte até três
Corrija os erros, tente outra vez

Se voar, voe
Não se espante quando der com o céu
Que não tem fim
Como o amor por ti que guardo em mim”

(“Grata Visão”, Carlos Gomes)

domingo, 6 de junho de 2010

"Strike-a-pose"

“Vogue”, composição de Madonna e do produtor/compositor/DJ Shep Pettibone, é uma das poucas do repertório da cantora que nunca sofre em suas performances ao vivo. Ela – ou quem quer que dê as sugestões – nunca erra visualmente, nem musicalmente ao interpretá-la.

Hoje, meu assessor de inutilidades, o Mundiça, me lembrou dos 20 anos desse single – completados em 20 de março, mais especificamente. Antes de comentar sobre “Vogue” é impossível não lembrar que, em 1990, Madonna ainda era uma artista transgressora – sinceramente ou não. Apresentou a turnê “Blond Ambition” (a melhor de todas, não teimem comigo), gravou o disco “I’m Breathless – Music From And Inspired By The Film Dick Tracy” (se pecava no caráter comercial, era bem-vindo do ponto de vista da ousadia), dava entrevistas com ares de diva hollywoodiana e ainda investia pesado na produção de videoclipes. Uma prova? “Vogue”, é claro.

O produtor e compositor Tony Shimkin já disse que Madonna compôs o célebre rap da canção (“Greta Garbo and Monroe/Dietrich and DiMaggio/Marlon Brando, Jimmy Dean/On the cover of a magazine”) durante um voo de Los Angeles para Nova York.

Dizem que a faixa, originalmente, seria lançada como lado B do single de “Keep It Together”, o último para promover o álbum “Like A Prayer” (1989). Ou seja, seria para encher linguiça, mas alguém viu que a música realmente poderia ser um hit. Então, foi gravada como single e incluída em “I’m Breathless” – ofuscando, claro, todas as outras composições jazzísticas feitas para o filme “Dick Tracy”, no qual Madonna vive o papel de uma cantora de cabaré.

“Vogue” é inspirada numa dança criada por gays da cena underground nova-iorquina que imitavam poses de astros e estrelas de Hollywood e de modelos da revista de moda de mesmo nome. Shep Pettibone buscou boa parte para a base da música num remix feito por ele para “Miss You Much” (1989), de Janet Jackson. Cantada de modo arrogante, a canção é um chamado para dançar que funciona até hoje. Sempre é um dos melhores números dos espetáculos onde é incluída: temperada com dança hindu no “Girlie Show” (1993), passando pela corte francesa decadente da “Re-Invention Tour” (2004) até o mash-up com “4 Minutes” e “Give It To Me” da “Sticky & Sweet Tour” (2008/09) – sem esquecer da encarnação de Maria Antonieta no MTV Video Music Awards, em setembro de 1990 (é a foto que ilustra o post, tirada por Herb Ritts).

O pop/dance/house/eletrônico de “Vogue”, para mim, é a segunda melhor música já gravada por Madonna (a primeira é “Express Yourself”, de 1989). Veja o clipe dirigido por David Fincher e ouça a faixa em seu formato original, já que ela dispensa remixes.

domingo, 30 de maio de 2010

Maria Gadú - Manaus, 29.05.2010

“Maria Gadú” – o CD – é para ser ouvido over and over and over again.

Maria Gadú – o show – é para ser mais ouvido do que visto. Mas também é bom observar o jeito simpático e tranquilo da cantora. Dá pra perceber como ela – mesmo visivelmente tímida – se sente bem no palco, sentada a maior parte do tempo tocando seu violão. E Gadú deve saber a força que sua música tem, pois dispensa maiores recursos cênicos para que o público concentre-se no que ela quer mostrar: seus versos.

Gadú fez show aqui em Manaus, ontem, no Tropical Hotel. Acompanhada de cinco músicos, tocou 12 das 13 canções de seu primeiro disco (deixou de fora, ainda bem, a cover para “Baba”, gravada por Kelly Key) e mais algumas surpresas. Reclamou do calor em umas duas ocasiões, falou da vontade que tinha de conhecer a cidade, que a mãe havia visitado anos antes, e desabafou: ficou “puta” quando sumiram com o CD que ela tinha da banda Carrapicho. E ainda deu uma bronca merecida numa parte do público.

Abriu o show com “Encontro” e uma ótima sequência que incluiu “Bela Flor”, “Shimbalaiê”, “Tudo Diferente” e “Dona Cila”. “Lanterna dos Afogados”, do grupo Os Paralamas do Sucesso, foi a primeira canção não incluída em seu álbum a ser interpretada. Versão inspirada.

Depois de “A História de Lilly Braun”, Maria Gadú fez voz e violão de “Altar Particular” e abriu caminho para a participação de seu amigo e cantor Leandro Léo, que também participa da turnê. Cantaram “Rosebud (O Verbo e a Verba)”, de Lenine, e ao final Gadú reclamou do burburinho formado numa parte da plateia, que atrapalhou a audição do número intimista. “Quem quiser conversar, tudo bem, mas não atrapalha quem veio aqui ouvir música”. Nunca vi nada parecido em show antes. Ficou feio para os gremlins de Mesmice City.

O sorriso da artista voltou logo na música seguinte, “Linda Rosa”, também interpretada ao lado de Leandro, assim como “Laranja”. Ele ainda mostrou sua música “João de Barro” e, daí em diante, o show seguiu entre outras surpresas (como “Trem das Onze”, de Adoniran Barbosa; e “Filosofia”, de Noel Rosa, com versos de “You Know ‘I’m No Good”, de Amy Winehouse) e mais do repertório autoral da cantora (“Escudos” e “Lounge”). Voltou para o bis com “Ne Me Quitte Pas”, de Jacques Brel, e mais uma vez “Laranja”, encerrada com solos dos músicos.

Gostei muito do show de Maria Gadú. Assim como o CD, é para acompanhar os versos – principalmente os da artista – do início ao fim. E repetir a dose. Over and over and over again. Mas sem “Baba”!

sexta-feira, 28 de maio de 2010

É amanhã!!!











E aqui tem minha entrevista feita por tel com Gadú:


http://www.emtempo.com.br/site/conteudo.php?not=1093

quinta-feira, 27 de maio de 2010

Força, que sai!!!...


Acho que foi assim que o episódio final de "Lost" foi... criado?!.

Sim, confesso que não resisti e vi o último capítulo que o AXN exibiu na terça-feira. Não assisti a sexta temporada do início ao fim, mas o que eu vi desse tão esperado fim foi uma decepção! Pode ser que quando eu confira tudinho - só em agosto, claro - eu mude de opinião. Mas fica registrado que achei o clima muito "A Viagem". E a série parecia que não havia sido criada para isso.

E desde ontem sou fã do Dunga - não o anão, mas o técnico da selecinha.

segunda-feira, 24 de maio de 2010

Sobre Lady Gaga


O que eu acho de Lady Gaga?

Até aqui ela não é “a nova” nada.

Polêmica? Chocante? Por favor, atravessei os anos 80 e 90 vendo Madonna nos noticiários. Gaga é extravagante. Ponto.

Para mim, ela se resume até agora a quatro músicas muito boas para se dançar (“Just Dance”, “Poker Face”, “Bad Romance” e “Telephone”) e a um videoclipe luxuoso (“Bad Romance”), do tipo que há muito tempo não se produz – ao estilo de “(My Lovin’) You’re Never Gonna Get It”, do En Vogue, e... “Vogue”! :)

Por falar em videoclipe, acho interessante como Gaga (adoro aquela pronúncia da Beyoncé, parece uma índia chamando a outra pra guerra) investe energia em videoclipes. Nisso ela tem se saído melhor que Madonna, que já brilhou em “Bad Girl”, “Frozen”, “Justify My Love” e outros, mas hoje em dia só se joga de um lado para o outro entre paredes e cai no chão de cansaço.

Pronto. É só até aí que Gaga me chama a atenção.

Ah! E ela é feia.

Tive vontade agora de ouvir “S
he’s So Unusual” (1983), da Cyndi Lauper...

Sobre “Lost”

Adoro “Lost”, mas não tenho tempo e nem paciência para assistir na TV e não me interesso em baixar os episódios pela internet (certas coisas acho melhor comprar na lojinha mais próxima; com o tempo eu explico). Prefiro assistir cada temporada de uma vez só a partir das minhas adoráveis caixinhas de DVD.

Sendo assim, não baixei o último episódio que foi ao ar ontem nos EUA, não verei o final pelo AXN, amanhã, e até agosto – que é quando a última temporada sai em vídeo – farei de tudo para impedir que minha irmã, que tem acompanhado a série pelo AXN, não fale NADA sobre os últimos capítulos.

Em agosto, portanto, dou meu parecer sobre “Lost”. Só espero que eu não me decepcione...

quinta-feira, 20 de maio de 2010

“Alice no País das Maravilhas” (2010)

A comédia “Alice no País das Maravilhas”, de Tim Burton, só é boa enquanto dura. A melhor coisa é a Rainha Vermelha (Helena Bonham Carter). Já que se trata de uma nova aventura (muito tosca, por sinal) da personagem, deveria ter outro título, pois levou espectadores que não leram nada sobre o longa antes de assisti-lo a pensar que era uma adaptação fiel da obra de Lewis Carroll. Se existem entrelinhas no roteiro, nem me dei ao trabalho de procurar; estava ocupado rindo do show de afetações da Rainha Branca (Anne Hathaway) – que é divertido, sim, vamos admitir. O Chapeleiro Maluco (Johnny Depp) perde em carisma até para personagens digitais como a Lagarta e o Gato Risonho.

Tim e Johnny, tá na hora de dar um tempo na parceria. E eu vou rever “A Lenda do Cavaleiro Sem Cabeça”. Esse sim, dá vontade de assistir sempre!


Acho que até a paródia pornô de Batman e Robin, “Batman XXX”, deve ser mais interessante!!!


Aqui tem o trailer:
http://www.youtube.com/watch?v=V0t0u1ofiv0

:)

quarta-feira, 19 de maio de 2010

“Glee – The Music, The Power Of Madonna” (2010)

Acho o seriado “Glee”, da Fox, absolutamente legal. Quanto à interpretação de algumas músicas pelo elenco, tenho minhas ressalvas, não acho tudo agradável aos ouvidos. Eis aqui um faixa a faixa do EP com músicas apresentadas no episódio dedicado a Madonna. Um comentário baseado nas músicas fora do contexto em que entram no enredo desse capítulo (até porque não pude assisti-lo ainda).

1. “Express Yourself”: a música que é minha favorita do repertório da Material Girl é a que tem a melhor interpretação. Não tomaram liberdades com a melodia, a meninada acertou nos agudos e ainda escolheram gravar a versão com a base remixada por Shep Pettibone.

2. “Borderline/Open Your Heart”: o melhor desse mash-up é o tom melancólico da melodia de “Borderline”, que contaminou o tom dramático de “Open Your Heart”.

3. “Vogue”: quem melhor do que a arrogante Sue Sylvester para cantar esse hit blasé? É o mesmo caso da primeira faixa: arranjo e melodia preservados. Liberdade mesmo, só em dois versos do rap final: “Sue Sylvester dance on air” e “Will Shuster, I hate you”.

4/5. “Like A Virgin” e “4 Minutes”: músicas chatas, são chatas em qualquer interpretação. “Like A Virgin”, definitivamente, só funciona com o arranjo lento da versão da “Blond Ambition Tour”. Pule ambas.

6. “What It Feels Like For a Girl”: um hit tipicamente feminino cantado com vocais masculinos. Interessante e eficiente.

7. “Like A Prayer”: a abertura com a guitarra distorcida ficou um horror aqui. Parece coisa de amador tentando imitar o original. Mas o dueto das personagens Rachel e Finn salva o resultado.

8. “Burning Up”: outro hit tipicamente feminino cantado com vocais masculinos. Interessante e eficiente também. Infelizmente não faz parte do EP que será encontrado nas lojas, pois é bônus da versão do CD no iTunes.

terça-feira, 18 de maio de 2010

O primeiro dia

* Os comentários por aqui serão, principalmente, sobre filmes, músicas, livros e quadrinhos. Nada me impede, porém, de escrever também a respeito de um seriado de TV ou um videoclipe, por exemplo. Por isso as reticências lá em cima.

* Meu antigo blog, “I Will Show You Mine If You Show Me Yours”, não existe mais.

* Gostaria de ter incluído na cabeça do blog um “de ontem e de hoje”, mas achei que ficaria cafoninha. Mas aqui esclareço que escreverei ainda sobre coisinhas do passado.


* Visite, leia, comente...